quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Grafites e Diamantes

Ambos são formados do mesmo material, o carbono (nome dado por Lavoisier em 1789, do latim Carbo, Carvão e Carbone em francês). A grafite é um material abundantemente comercializado, que dá origem ao lápis, comprável em qualquer esquina, mole, frágil e barato.

O diamante é um material aparentemente simples, mas capaz de encantar quem o olha com jogo de cores e luz, com capacidade de refratar (curvar ou desacelerar) a luz à medida que é por ela atravessado. Uma das belas características do diamante é a de produzir o brilho adamantino e o fogo, efeitos encantadores de brilho e luz. Como produto final, vendido nas grandes empresas internacionais, como Tiffany & Co, é o desejo de muitas mulheres e alvo de muitos magnatas que os compram exatamente para presentear e surpreender suas respectivas esposas. O anel de noiva do que Ben Affleck deu a Jennifer Lopez é feito com um diamante cor-de-rosa, um dos mais raros e almejados diamantes.
O nome diamante vem do grego “adámas” que significa “indomável” ou “invencível”. Ele não é tão caro à toa, ele vai muito além da aparência. Segundo Beth Nicholson (cientista de materiais)
o diamante é o material mais duro conhecido pelo homem, é 10 vezes mais duro que o aço, 2 vezes mais duro e 10 vezes mais resistente à erosão que o carbureto de tungstênio e tem
20 vezes a força de compressão do granito. É por isso que o belo diamante é também forte e amplamente utilizado nas indústrias, inclusive na perfuração de poços de petróleo. Muitas brocas incluem uma combinação de aço, carbureto de tungstênio, PDC e bordas cortantes e trituradoras feitas de diamantes.
Feitas as apresentações. Vamos a uma análise das diferenças básicas entre esses dois materiais tão antagônicos, porém feitos da mesma matéria-prima, o carbono. 
A primeira diferença básica entre a grafite e o diamante está na experiência. Os diamantes, embora tenham a mesma origem da grafite, combinam os átomos de carbono com ligações muito fortes. Mas, o que faz com que essas combinações aconteçam? Eis aí está o X da questão. Tais ligações são feitas quando o carbono passa por temperaturas elevadíssimas no interior da terra. Segundo Nicholson os diamantes sofrem temperaturas muito altas e pressões muito fortes. “Os diamantes naturais são feitos nas profundezas da terra, mais ou menos a 180 km de profundidade, onde altas temperaturas e pressões existem naturalmente. Sob a crosta terrestre está o manto, que é formado por rocha derretida, metais e outros materiais. A temperatura é muito alta nesta profundidade – entre 1100°C e 1400°C. As fortes pressões são produzidas pelo peso de 180 km de rochas sobre o manto. Além do carbono, há quantidades ínfimas de outras substâncias, como nitrogênio e enxofre, que podem ficar presas no cristal quando ele é formado no manto. Essas impurezas podem definir a cor do diamante.” Até aqui, as palavras de Beth Nicholson. Agora prossigamos em nossa análise rumo às diferenças elementares entre grafite e diamante. Os diamantes são então expelidos para a terra via vulcões. Depois de muito tempo e muita erosão nas rochas, as chuvas e os ventos arrastam-nos para os rios ou eles ficam presos nas rochas. É por isso que o melhor lugar para se encontrar diamantes é no centro de um vulcão extinto.
**  Bem. Esse processo que ocorre com o diamante vai diferenciá-lo da grafite, que continua um produto que não vivenciou tanta pressão e temperatura.
>> Além da experiência do carbono pelo fogo, a segunda diferença básica da grafite para o diamante está nas ligações estruturais que são conseqüência desse processo de aquecimento. Uma diferença é conseqüência da outra. Como o diamante passou pela experiência do fogo, suas estruturas mudaram. Ele foi fortalecido. Religado. Reestruturado.
> Essa experiência de passar pelo fogo forja o diamante. Agora que sabemos o que diferencia diamante de grafite, então vamos partir para uma análise mais adaptada ao contexto humano.
* Na vida, são as circunstâncias desfavoráveis que nos fazem nos adaptar para crescer. O fogo simboliza tantos empecilhos que vêm para nos testar. E quantas vezes nos vemos obrigados a nos ajustar para poder sobreviver? Sem os ajustes uma empresa não sobrevive. Sem os ajustes o ser humano também não sobrevive. É o que acontece para que o carbono se transforme em diamante. Ele passa por ajustes em seus átomos. E esses ajustes vêm com o aumento da temperatura. 
* Os diamantes ficam no interior da terra, onde há alta temperatura. E são expelidos pelas erupções vulcânicas. Então, não é um ambiente fácil para qualquer material. Certamente, a alta temperatura vai forjar esse material e torna-lo aprovado. Por isso o diamante pode ser chamado carbono cristalizado. 
> A pressão e o calor transformaram suas estruturas. Se o carbono cristalizado pudesse falar, diria que foi um processo doloroso, mas depois de tudo ele veria que valeu a pena se transformar no material mais duro existente, com dureza de 10 Mohs, a máxima. Essa dureza não deve ser entendida no sentido de inflexibilidade, mas de integridade mesmo. De coragem e força para seguir mesmo quando as circunstâncias dizem não. 
    * Victor Civita, fundador da Editora Abril, disse que se fosse desanimar com todos os “nãos” que recebeu nunca teria chegado onde chegou. 
> Os homens de sucesso não o são porque encontraram caminhos fáceis de percorrer, mas porque souberam superar as pedras no caminho. 
> O diamante soube superar as pressões e altas temperaturas, por isso tornou-se um material duro e encantador.


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